Augusto dos Anjos - Versos Íntimos
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, no município de Sapé, PB, em 1884. Foi educado nas primeiras letras pelo pai e estudou no Liceu Paraibano, onde viria a ser professor já em 1908. Compôs os primeiros versos aos sete anos de idade.
Bacharelou-se na faculdade de direito do Recife em 1907 e eu contato com a leitura, influenciaria muito na construção de sua visão de mundo repleto de tragédia, com cada ser vivenciando-a no nascimento e na morte.
Versos Íntimos, um de seus poemas mais populares, é uma prova inconteste desse sentimento.
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
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José, um brinde no meio da tarde com um pouco de poesia. Obrigado pela generosidade de sempre. Abraço do amigo Marco Lima
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